O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

25 de ago. de 2016

COMEÇA NESTA QUINTA O MEU
SURTO DE FROUXOS DE RISO

Dia 25 de agosto, mês do desgosto, uma quinta-feira promissora: o Rodrigo Janot e o Gilmar Mendes continuam engalfinhados; o presidente dos tucanos em Goiás está preso por falcatruas; o legado da Olimpíada é a roubalheira de sempre e, acima de tudo, Dilma Vana entra na pauta final do Senado para a sua Serenata do Adeus. 

Do bate-boca entre Janot e Gilmar, o Lula dá risada porque o Janot lhe fez o inestimável favor de trancar a Lava Jato. Janot presta um desserviço ao país. Precisa dizer urgente por que suspendeu a delação de Léo Pinheiro da OAS. 

Proclamar a República do Vazamento, não basta. Tem que dizer quem vazou. E isso é fácil: basta falar com o diligente repórter da revista Veja e pronto. Aí prende o vazador e deixa solta a língua premiada de Léo Pinheiro. Simples assim.

Quanto à prisão do presidente do PSDB goiano que cometeu uma tucanagem pra fora de R$ 4 milhões que tirou das obras para saneamento básico, isso prova apenas que partido político nessa República dos Calamares é apenas valhacouto de pechelingues facínoras - salvo horrorosas exceções. 

Esse tipo de distorção social e moral na gestão das "instituições que estão funcionando" se dá também com as federações e confederações das mais honoráveis modalidades esportivas desse país. É uma espécie de abraço dos afogados num mar de lama. Basta remexer um pouquinho que o barco afunda. É como se fossem clones dos partidos políticos.

Já no que diz respeito à fase derradeira do julgamento da Dilma Vana, aquela que está se preparando para destilar todos os sintomas do Mal de Lula no plenário senatorial, mal posso esperar para engatilhar minhas gargalhadas ao vê-la e escutá-la dizendo uma coisa que é redondamente outra. 

Ainda não sei como justificar-lhe minhas lágrimas na hora de lhe dizer "Tchau, Querida!". Confessar-lhe-ei que elas são tudo o quanto ainda resta do meu surto de frouxos de riso. 

Se, no entanto, ao final desse peripatético espetáculo de horror político, social, econômico e moral, a gente descobrir que Deus não é mais brasileiro, então o choro será mesmo de tristeza, por viver num país atormentado por um mal sem cura; por viver num Brasil em estado terminal.