O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

7 de set. de 2012

Cartolagem da CBF 1x0 África do Sul

Em pleno Dia 7 de Setembro, um teste para elucidar o grande dilema tático de Mano Menezes: - O que seria do futebol de Neymar se ele fosse careca?
 
E antes que o amistoso comece, outro drama para o esporte preferido do Brasil: o que é mais difícil de entender, a enrolação técnica de Mano Menezes, ou a embolação dos comentários de Casagrande na TV Globo?
 
E ainda um último detalhe fundamental para o jogo por rapadura no Morumby: a gravata amarela da vaca que fez na panela que a equipe da Globo estava usando. Sem isso o espetáculo teria sido outra coisa de se ver...
 
E antes mesmo que a brazuca role, saliente-se que mais importante do que Arouca ficar na reserva, foi ver o Bebeto entrar em campo vestido de cartola da cabeça aos pés.
 
Pronto, ouviu-se hinos das duas nações e coisa e tal para que, logo após o apito, começarem a chutar tudo que foi brazuca que apareceu pela frente. Nada demais; brazuca levar chute é o de menos.
 
O jogo era mesmo por rapadura. Não apareceu uma vuvuzela sequer no estádio, ou fora dele. Por rapadura sim, ou não haveria o show de incompetência inicial: troca de camiseta, porque a seleção da CBF era anfitriã e não sabia que os africanos jogam de verde-amarelo; camiseta rasgada, antes até de ser usada; braçadeira de capitão da mesma cor da barra da manga dos jogadores de casa; palmilha improvisada para a chuteira de Neymar e, o pior de tudo: Mano Menezes no banco.
 
Reprodução/Div

 
04 minutos - Neymar já levou dois coices africanos, o árbitro acha que não.
 
05 minutos - Leandro Damião quis dar de calcanhar à moda Ganso; deu de garrão.
 
12 minutos - Nunca antes na história do futebol deste país se viu tanta novidade tática numa seleção da CBF. A estratégia de Mano é tipo assim um resumo das táticas de Luxemburgo, Leão, Falcão, Joel Santana e Dunga.
 
13 minutos - O lateral direito Bungabungabandolo fez um safári pela ponta e no bico da pequena área, olhos nos olhos do goleiro de Mano, perdeu um gol que até a mãe do King Kong faria. Sorte do time da CBF. Vai ver que Lula tinha saído da sala.
 
15 minutos - Carrinho de Catangamanga em cima de Lucas. Nada de causar espanto... Se não estivesse cheio de tijolo e pedra britada.
 
18 minutos - Oscar enfia o pé na brazuca. Ela vai para onde merece... Bola perdida no espaço. Passou pertinho da cabeça de Mano.
 
20 minutos - Vendo-se os laterais Marcelo e Daniel é que dá uma saudade maluca de Cafu e Roberto Carlos.
 
24 minutos - Há qualquer coisa de vencido no desodorante que patrocina os jogadores da CBF: basta suar um pouquinho a camisa que ela se desmancha.
 
30 minutos - Definitivamente a torcida paulistana não quer bem a Neymar; ela prefere o Romarinho.
 
33 minutos - A estratégia de Mano Menezes é uma África.
 
38 minutos - Já tem bandeira enrolada. Mas o time de Mano é mais enrolado ainda. Ninguém chegou a reparar muito nesse detalhe é que a galera estava ocupada em vaiar o bisonho time da CBF.
 
39 minutos - Marcelo é tomado pelo espírito de Zé Dirceu - aquele que provoca os mais profundos e bestiais instintos em Roberto Jefferson: tenta assassinar sem nenhum motivo aparente um inimigo africano. Não foi feliz. Só acabou com a rótula do cara que saiu para não voltar.
 
40 minutos - A seleção de Mano está se poupando visivelmente para o amistoso de segunda-feira contra a China.
 
42 minutos - Neymar impedido, com o auxílio patriótico do juiz, não quis fazer um gol feito. Ótimo. Era só o que faltava Neymar fazer um gol no Dia 7 de Setembro só para salvar a pátria.
 
44 minutos - Esperança no time dos cartolas da CBF. Rômulo parece estar machucado.
 
45 minutos - A África pega o cipó da direita e aluga meio campo. O elenco de Mano parece que está num mato sem cachorro. A torcida entende e grita olé!
 
E o primeiro tempo acaba quando termina. O torcedor brasileiro vaia. Mostra que enfim está vendo quem é Mano Menezes e tudo o que ele vem fazendo pelo futebol brasileiro.
 
Começa o segundo tempo. Não, nem Orlando Silva, nem Agnelo Queiroz foram escalados. Mas agora vai. Os jogadores ouviram atentamente as instruções de Mano Menezes. Foram 15 minutos de aula magna.
 
4 minutos - Um sósia africano do Zé Roberto que anda perambulando por aí, dá uma pedrada no gol da CBF. A brazuca passou raspando o travessão superior. Sorte do Brasil. Lula ainda deveria estar tirando água do joelho.
 
5 minutos - Neymar dribla dois, passa pelo terceiro, leva só um pontapé; cai e é vaiado. O coro da Gaviões reverbera: - Pipoqueiro! Pipoqueiro!
 
10 minutos - O time da CBF obedece cegamente as ordens do vestiário. Como se esperava, tudo continua quase como antes. Um pouco pior.
 
11 minutos - Neymar arranca e atira de fora da área. O goleiro africano agradece.
 
12 minutos - Milungalonga, ou coisa que o valha, atira por cima do travessão da CBF; logo depois Chibumbamelô faz a mesma coisa. Tá virando mania.
 
13 minutos - Sob merecidas vaias sai Marcelo e entra Alex Sandro, nem sombra de Cafu. A seleção verde-amarela é melhor em campo. Não se iluda, o time de Mano Menezes joga de azul.
 
20 minutos - Sai Rômulo e entra Paulinho. Mano continua no banco. E um minutinho só depois, fica bom: entra Hulk.
 
24 minutos - Neymar de bola parada. Goleiro africano salta e fica parado no ar. Escanteio. Logo em seguida, Neymar faz boa jogada e comete a burrice de deixar Hulk de frente pro gol. Bola fora. Só bola fora, não. Tremenda bola fora do Neymar.
 
30 minutos - Hulk de pé esquerdo quase fura as redes da África. Nada poderia ser pior para o verdadeiro futebol brasileiro. A ilusão volta ao estádio. Mano continua no banco. Para tamanho azar assim, decerto Lula está na sala.
 
44 minutos - Mano tira Neymar só para que ele tenha de levar uma vaia. Entra Arouca para justificar o prejuizo que sua convocação representou para o Santos contra o FLuminense.
 
49 minutos - Fim de teste. Cartolagem da CBF 1 x 0 África do Sul. Mano Menezes continua. Lula está na sala.