O medo

TENHA MEDO DO QUE O GOVERNO PODE FAZER COM VOCÊ. NO BRASIL GOVERNAR É SATISFAZER NECESSIDADES FISIOLÓGICAS.

14 de mai. de 2009

VOU M'IMBORA QUE NÃO TÔ AGRADANDO...

ERA UMA VEZ...


Um velho conhecido aqui do Sanatório, num cálido anoitecer de primavera gaúcha, virou-se para a esposa e disse, antes que o jantar fosse posto na mesa:
- Querida, vou ali no bar comprar cigarros.
Foi e tomou chá de sumiço. Pouco mais de dois anos, sem que tivesse telefonado ou escrito uma carta - era o e-mail daquela geração - ele aparece asssim de repente, não mais que de repente. Abre a porta, sorri para a família reunida na sala, procura pela mulher e acomoda-se ao lado dela no sofá. Colocou o braço no espaldar da poltrona e sentiu que ela afastava as costas, incomodada. Fria, gélida, muda e fazendo-se de surda, afastou-se sem far um pio. Foi para o lado da lareira a boa distância do marido.

O desaparecido correu os olhos pela sala. Os filhos não lhe deram bola, a sogra deu-lhes as costas, a empregada saiu de fininho. Nisso aparece na sua frente seu irmão mais velho, com quem tinha enorme afinidade. O fujão descarado, levanta-se e vai para o abraço. O mano velho desvia e vai para a varanda.

Ele parte em direção à mulher e tenta apresentar uma desculpa qualquer. Antes que abrisse a boca, a esposa calma e serena, lhe pergunta com a voz dura e o semblante inamistoso de uma verdadeira Dilma:
- Fernando, só me diga uma coisa... Mate a nossa curiosidade...
- Pois não, meu anjo - desmanchou-se o salafra, pronto para dar uma longa explicação.
- Você já comprou os cigarros? - deu essa e se mandou da sala.
Sozinho, sem um pingo de atenção de quem quer que fosse naquela sua antiga família, suspira fundo e, com ar desconsaldo, avisa:
- É... Vou m'imbora que eu não tô agradando.
E foi. Nunca mais voltou a conviver com a família.

MORAL DA HISTÓRIA - A família tinha moral. Ele, não. Mas - ainda que à força - reconheceu que por ali, ele não era bem visto, nem querido. Botou o rabo entre as pernas e foi ser in/feliz sozinho.



É UMA VEZ...

O deputado gaúcho Sérgio iMoraes que está se lixando para a opinião pública, e por isso mesmo, foi retirado da relatoria do caso das manobras do dono do Castelo. Os membros duros do Conselho de Éti/tica disseram que não queriam mais a sua presença ali naquele digno e impoluto órgão da Casa do Polvo.
E o Serjão velho de guerra deu de ombros, bateu pé e foi fazer queixa no Supremo Tribunal Federal, para continuar na companhia daqueles que o mandaram pegar o boné e se mandar pela porta afora.
Ele saiu. Além de resmungar para alguns repórteres, pensou com seus botões:
- Eu vou. Mas, assim que comprar cigarros, eu volto.

MORAL DA HISTÓRIA - Essa história não tem moral.