Com altos pruridos morais, o Conselho de Éti/tica da Câmara resolveu nesta quarta-feira trocar o deputado Sérgio Moraes (PTBista-RS) da relatoria do processo contra o deputado Edmar Moreira (sem partido-MG) pelo deputado PTista Nazareno Fonteles.O deputado-telefonador perdeu o palanque da relatoria só porque antecipou seu voto antes de apresentar o parecer. Ele deixou claro que iria absolver Edmar no processo de cassação por uso irregular da verba indenizatória. Fopi por isso. Para os doutos e virís membros do conselho, o erro técncio é muito pior do que o passado de Sérgio iMoraes.
O gauchóide também foi pichado por dizer que "se lixava para a opinião pública" e para a "mídia". Isso, então, é mais sério ainda. Pelo menos para quem gosta e depende de votos.
iMoraes bate pé e reclama: quer continuar na função. "Fui arrancado da relatoria", resmungou. Fingindo jogo de cintura ele chegou até a pedir desculpas ao conselho e à sociedade pela declaração polêmica. No entanto, voltou a repetir a frase aos jornalistas que acompanhavam a reunião do conselho.
Moraes acha e garante que o presidente do conselho não tem atribuição para lhe tirar a relatoria do caso. "Eu desafio qualquer jurista a apontar no regimento onde está escrito que o presidente pode me tirar. Isso é lei que foi feita por esta Casa. Quanto ao meu relato se vai ser bom ou ruim vocês só vão julgar depois que ele for lido. Eu jamais abriria mão. Eu não cheguei a pedir a você que fosse relator. Eu não renuncio. Não podemos ficar de joelhos para a imprensa".
Não podem, nem devem; e nem a imprensa quer. Mas, ajoelhar-se para o corporativismo cego é bem mais ultrajante. Apesar da empáfia.
O birrento iMoraes disse que não se arrependia do que havia dito. "Eu continuo dizendo sempre o que digo: entre a minha memória, a minha historia, a minha consciência e a verdade, eu fico sempre com a verdade, mesmo que tenha que pagar um preço perante a opinião pública."
Ele já tem um mandado de segurança no bolso, pronto para pedir ao STF (Supremo Tribunal Federal) para continuar no posto.
Sabe duma coisa: deveria mesmo ficar. Já que não presta para relator, mas presta para integrar o conselho, então melhor seria deixar tudo como estava que ninguém mais está interessado em saber como é que fica.
